No mês de maio, o Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM), responsável por medir a inflação do aluguel, registrou uma queda de -1,84%. Essa queda representa uma situação incomum, uma vez que, nos últimos 12 meses, o índice acumulou um valor negativo de -4,46%. Diante desse cenário, surge a dúvida: é possível pedir a redução do valor do aluguel? Apesar dos números, a gestora imobiliária, Morgana Marthiela diretora da Imobiliária Valência, especialista em aluguel de imóveis afirma que a diminuição dos aluguéis não é uma consequência direta do IGPM negativo.
Neste artigo, iremos explorar em detalhes que compõem o índice IGPM, seus históricos, além dos efeitos do IGPM negativo nos contratos de locação e como inquilinos e proprietários podem lidar com essa situação.
Composição e o papel do IGPM nos contratos de locação:
O IGPM é calculado levando em consideração a variação de preços de três componentes principais: preços de produção, preços ao consumidor e custos da construção civil. Esse índice desempenha um papel fundamental na medição da inflação no setor imobiliário, incluindo aluguéis e reajustes contratuais. No entanto, é importante ressaltar que o preço do aluguel está mais relacionado à oferta e demanda do mercado do que às variações do IGPM.
Histórico do IGPM:
É relevante ressaltar que o IGPM não apresentava uma variação negativa nos últimos 12 meses desde 2018. A pandemia da COVID-19 impactou significativamente o índice, levando-o a patamares elevadíssimos nos últimos anos. Durante esse período, muitos proprietários de imóveis tiveram que realizar acordos para manter seus imóveis alugados, devido ao aumento expressivo do índice. Inquilinos buscavam alternativas, como a substituição do IGPM pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), em suas negociações com imobiliárias.
Desafios e oportunidades:
A queda do IGPM pode ser um argumento válido para inquilinos que desejam evitar aumentos no aluguel, principalmente para aqueles cujos contratos venceram em maio e terão reajuste em junho. É importante, porém, considerar outros fatores para uma negociação eficaz, pois além do IGPM, é necessário levar em conta o valor de mercado do imóvel e o preço médio dos aluguéis na região.
Comparação entre IGPM e IPCA:
É interessante fazer uma comparação entre o IGPM e o IPCA, que é um índice mais amplo de inflação. Enquanto o IGPM é mais voltado para o setor imobiliário, o IPCA abrange uma cesta de produtos e serviços consumidos pela população em geral. Nos últimos anos, pós pandemia tem sido comum a substituição do IGPM pelo IPCA nos contratos de locação, devido à sua menor volatilidade e representatividade mais abrangente da inflação.
Conclusão:
O IGPM negativo nos aluguéis representa uma situação incomum, mas não necessariamente implica uma redução automática do valor do aluguel. Embora o índice seja utilizado como referência para reajustes contratuais, outros fatores, como oferta e demanda do mercado imobiliário, têm um papel significativo na determinação do valor dos aluguéis. Para inquilinos, é importante entender que a negociação e o bom senso podem desempenhar um papel fundamental na busca por valores justos. O momento favorável para os inquilinos reside na possibilidade de usar a queda do IGPM como argumento para evitar aumentos no aluguel, especialmente nos contratos com vencimento em maio.
No entanto, tanto inquilinos quanto proprietários devem considerar outros elementos para uma negociação equilibrada. O valor de mercado do imóvel e o preço médio dos aluguéis na região são fatores que devem ser levados em conta, uma vez que esses indicadores possuem uma influência maior sobre as locações do que propriamente os índices de inflação.
Cabe ressaltar que, embora a situação do IGPM negativo possa abrir oportunidades para inquilinos e proprietários reavaliarem seus contratos, é essencial agir com responsabilidade e respeito mútuo. A transparência na comunicação e a busca por soluções que beneficiem ambas as partes são fundamentais para manter um relacionamento saudável e duradouro.
Em resumo, Morgana Marthiela afirma que o IGPM negativo nos aluguéis não implica automaticamente uma redução do valor do aluguel. Os contratos de locação podem ser influenciados por outros fatores, como oferta e demanda do mercado imobiliário. No entanto, o momento pode ser propício para inquilinos negociarem valores mais favoráveis e para proprietários repensarem suas estratégias a fim de atrair e manter bons inquilinos. A chave para uma negociação bem-sucedida é considerar diversos aspectos, além do IGPM, e buscar um acordo justo e mutuamente benéfico.
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